12 de dezembro de 2009

Ice Queen is dead.


Hoje senti calor. Não, não é dessas elevações da temperatura ambiente.
Há muito que me chuparam o sangue e congelaram os pulmões. Tornei-me tão insensível nos últimos tempos, indiferente a qualquer sofrimento que não o meu, enfim, refugiei-me no egoísmo da racionalidade tomada pelo ódio! Todo o sorriso era hipócrita quando o coração não sentia. Os abraços ternurentos destinavam-se apenas à auto-preservação.
E, mesmo sem ponta de vida em mim, consegui magoar-me na mesma. Entre devaneios e outras filáucias, uma leve mancha de ilusão, sonho e pseudo-atracção, levou-me forçosamente a tomar consciência que tal não se poderia prolongar nem mais um só momento.
No presente dia, o degelo teve início. Um abraço semelhante a qualquer outro despertou em mim um (re)nascer. As células voltaram a trabalhar e ganhei cor nas bochechas anterior e simultaneamente pálidas e arroxeadas do frio.
Uma mescla de sentimentos virou do avesso a minha manhã: ciúme, amor, compaixão.
«Estou viva!», gritei para mim mesma.

Mesmo que a inércia me devore a flexibilidade dos membros, que o atrofio dos músculos abraçados a si mesmos na solidão de uma noite tenebrosa permaneçam imóveis, hoje o coração sente. Hoje, eu sinto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário