30 de abril de 2010

29 de abril de 2010

Não sei, de facto, como é que fui capaz de escrever (ou sequer pensar!) todas aquelas crudelíssimas frases sobre ti. Foste a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos!...




Com carinho.

18 de abril de 2010

Quinze anos.

Texto escrito dias antes de fazer dezasseis anos, e que decidi agora postar aqui.

«Eis que estou prestes a completar mais um ano de vida e, com muita felicidade, a deixar para trás os turbulentos quinze anos.

Se necessitasse de resumir esta fase da minha vida numa só palavra, esta seria ZERO. Um ano perdido, se decidir optar por um outro conjunto de vocábulos.

Os meus quinze anos foram tão quinze anos que já não os suporto mais. Todos os dias são cinzentos, o mundo está sempre contra mim, nada excita ou entusiasma. Vive-se das doces memórias púberes, dos romances ocasionados pelos soutiens de copa A, dos “adoro-te”, do grupo de amigos desmoronado com as mudanças de turma ou de escola, das liberdades que pareciam antes tão prometedoras, e são agora tão insatisfatórias e insignificantes. Os meus quinze anos foram uma tentativa falhada de retornar ao passado.

E faltou tudo isso: um abraço amigo, o calor de um beijo, um propósito e um objectivo para viver. Ficou apenas o mau humor matinal e a arrogância típica da idade.

Espero que tudo isto mude, e assim me despeço desta ingrata idade

Sem qualquer saudade,

Yirien»


17 de abril de 2010

Um dia entendi que haveria de ser tua amiga.

Um dia entendi que haveria de ser tua amiga. Seria algo profundamente ingénuo e inocente, afinal de contas, não estava apaixonada por ti. Na verdade, era pelas tuas mãos que eu me encontrava loucamente perdida, com esses dedos compridos e finos que pareciam querer agarrar o mundo inteiro.
Falavas mais com elas do que com o próprio olhar e, em tempos, foram o nosso veículo de comunicação. Com elas aquecias as minhas, no escuro do auditório, e fervias-me o coração.
No entanto, faltavam as palavras. Eu não entendia essa tua reserva, essa barreira que te impedia de desabafares comigo o que te atormentava. Eu desejava contar-te cada breve segundo da minha vida, fazer-te rir com as minhas peripécias, contudo, não retribuías.
Esta situação desigual agravou-se quando os olhares de terceiros em nós se fixaram e penetraram naquilo que a muito custo íamos construindo. As pressões intensificaram-se; todos queriam saber porque é que os meus olhos brilhavam tanto quando me encontrava na tua companhia. Fizeram-se más interpretações, perguntas despropositadas, comentários jocosos.
Até que, numa gelada manhã de Dezembro, os teus lábios tremeram com nervosismo e tiveram de ser as tuas mãos, mais uma vez, a responderem às minhas questões.
Apertaste as minhas frieiras como que em sinal de gratidão e impotência perante o meu pedido. Não era possível existir amizade entre nós. Teríamos de dizer adeus. A despedida era ali e naquele momento. Entrelaçámos os nossos dedos uma última vez, pediste desculpa sem um único som e eu beijei-te o rosto com ternura, adivinhando que nunca mais seria capaz de te olhar nos olhos.
E, de facto, ainda hoje não consigo.

13 de abril de 2010

ainda por cima fazes bem à saúde.




Fazes-me tão feliz que é impossível acordar mal-disposta.



Com carinho ♥.

10 de abril de 2010




Anoitece e, aos poucos e poucos, a sala vai enegrecendo. Despe-se gradualmente das sombras angulosas que a habitaram e, sem elas, também a minha nudez se revela.

Tenho medo da noite e da solidão que ela ocasiona. Nesta sórdida escuridão, quero alguém ao meu lado porque tenho receio de estar apenas comigo mesma. Bem que eu podia gritar por companhia…

No entanto, acabo por optar pelo silêncio. Desejo aprender a adormecer com os beijos de ninguém. Mas não sei se vou conseguir; não existe aqui ninguém para me confortar, e está tanto frio!

Sou de novo pequenina, e não há nada nem ninguém que me possa proteger. Escondo-me, mais uma vez, por detrás dos meus caracóis castanhos, e limpo as lágrimas nas mangas arregaçadas. Lá fora, existem inúmeros perigos que anseiam pela minha vulnerabilidade. Preciso de alguém a quem dar a mão. Alguém que me mantenha segura.

Não, nada disso! Do que eu necessito é de deixar morrer esta criança frágil e indefesa que ainda arde dentro de mim, e acostumar-me a ouvir somente os meus próprios passos. Há que ultrapassar o medo de lidar com este corpo e este espírito que, no seu conjunto, formam a pessoa que sou. Destes escombros e penumbra, há-de nascer uma mulher.

Oh, já é completamente noite e deixei de ver quaisquer silhuetas à minha volta. Ainda estou aqui, encolhida a um canto, completamente só. Não conhecia, até agora, o prazer de não ter ninguém a pressionar a minha pele contra a parede. Os meus braços podem finalmente repousar, pois não têm nenhum corpo para abraçar. Não existem mais bocas para humidificar, nem desejos de outrem para satisfazer.

Esta noite, sou só eu. E é tão bom que seja assim…



9 de abril de 2010

e juro que da próxima não vou perder o último autocarro.

És um pássaro azulado que pousou nos meus ramos por mero acaso. Tu achaste em mim o local perfeito para repousares; eu nunca me irei cansar de contemplar os teus olhos doces e o sorriso ternurento.

Quero-te dar as boas vindas acolhendo-te entre as minhas flores e alimentando-te dos meus frutos. Por alguma razão me escolheste a mim neste vasto pomar, e há que to agradecer. Só o posso retribuir com aquilo que de melhor tenho em mim.

No entanto, tu és livre e tens asas para voar; eu criei raízes em torno de mim mesma. Um dia irás querer abandonar esta árvore solitária, e eu não terei como te agarrar, porque as minhas raízes só a mim me podem acorrentar. É inevitável.

Eu só espero é que demore muito até esse dia chegar.

Com carinho.


5 de abril de 2010

Todas as histórias de amor têm um fim.


E nem as mais belas são excepção.



(Adiemos, mais uma vez, o nosso «para sempre».)



Lisboa 2010 (mini-férias)