31 de janeiro de 2010

Algumas fotografias

Tiradas esta manhã, dia 31 de Janeiro de 2010. Agradecimentos à modelo, S.M. :)





30 de janeiro de 2010

Doce recordação.


Levantei-me pouco depois das sete da manhã num sobressalto, fiz questão de acordar toda a gente que estava no meu quarto e, completamente fracassada pela minha missão pouco filantrópica, dirigi-me aos balneários.

Nem me olhei ao espelho; apressei-me antes em direcção à janela de madeira branca, e abri-a.

Ali, sentindo a brisa gélida da manhã de seis de Dezembro de dois mil e sete, observando um tronco de árvore ornado de gotículas de orvalho, vendo as traseiras daquela cidade, eu senti mais um dos inícios da minha vida. Eu estava ali, tão distante daquilo que era o meu quotidiano, numa cidade desconhecida, num dia que mal começara mas que já prometia tanto!... Havia ali tanta esperança, um bem-estar sem limites! Estava só, e tão feliz! Sim, era pura e imaculada felicidade, um sorriso tenro e inconsequente, um prenúncio de uma vida nova vinha de cada cheiro que eu absorvia!...

Era… Coimbra.

28 de janeiro de 2010


é só um pôr-do-sol a preto e branco. uma fotografia desfocada propositadamente. umas pantufas sujas e ausência de calças. é só uma sensação de solidão, e ao mesmo tempo de liberdade. é só uma expiração após um dia cansativo. sou só eu.

25 de janeiro de 2010

SMS

A cama está fria e parece demasiado larga somente para mim. Quero dormir, porém, o sonoro ressonar da tua ausência não mo permite.

Tenho sede de ti e da forma como me hidratas a alma... Dorme bem, meu anjo.



Amo-te

23 de janeiro de 2010

A inexequível faina de se ser bonito




« Não há mulheres feias,


há mulheres mal cuidadas.»


Coco Chanel











Esta é uma afirmação com a qual, tendo em conta a sobrevivência da minha auto-estima, me vejo obrigada a concordar.

Ser-se bonito é muito difícil. O stress, as preocupações, muitas horas a trabalhar, enfim, tudo isto tem implicações no nosso aspecto: os olhos incham, as rugas surgem sorrateiramente, as irritações dão lugar a cabelos brancos, as borbulhas despontam espontaneamente e as noites sem dormir permanecem espelhadas em profundas olheiras.

Quem é bonito é porque realmente tem muito pouco para fazer. Arranjar as unhas, aplicar exfoliante no corpo, fazer a depilação a cera, meter pepino nos olhos e desfrisar o cabelo não são tarefas que se executem propriamente em cinco minutos. Odiaria admitir este meu pré-conceito entre beleza e futilidade, mas é raro conhecer alguém naturalmente possuidor de uma carinha laroca que a consiga manter ao fim de uma semana de exames (isto, claro, pressupondo que estudou). Aliás, questiono-me mesmo se é tal é possível.

Essa coisa de se ser belo é só vantagens, calculo. Nunca serem levados a sério apenas porque têm um físico invejável, receber um sem-número de piropos e apalpões quando passam na rua, todas as vossas competências profissionais serem questionadas, o sexo oposto apenas se interessar por vós para aliviar a gravidade que está a sentir na roupa interior… São precisos mais exemplos?

Afirmo então que não sou bonita ou, segundo Chanel, que não me cuido. Resta-me pedir desculpa a todos os apologistas dos valores estéticos no topo da hierarquia, visto que sou em parte responsável por desequilibrar essa harmonia que tanto se esforçaram por estabelecer. Tenham paciência, mas tenho mais que fazer!

20 de janeiro de 2010

Desculpa.


Ao contrário de todas as previsões (ou pelo menos daquilo que eu queria pensar), estou destinada unicamente a ti.
Quero lá saber se sou única ou especial ou qualquer um desses elogiosos adjectivos com que me caracterizas!, contigo eu quero uma vida perfeitamente comum! Como a minha mãe disse uma vez, quero ir almoçar a tua casa aos domingos. Ver televisão no sofá com as minhas pernas brancas e gordinhas sobre as tuas. Ficarmos deitados uma eternidade enroscados no conforto um do outro. É esse tipo de rotina que quero contigo, é essa a vida que desejo para nós os dois.
O meu mundo está num permanente sismo, e eu desequilibro-me constantemente: em quem me segurar senão tu? Tens de ser tu o meu pilar, a minha referência, o meu porto de abrigo, o meu guarda-chuva, o meu guarda-costas, a minha muleta!
Eu amo-te, amo-te demasiado até. Daí que me magoes de uma maneira que nem sequer te dás conta. Nem tinhas de dar. Fazes o máximo dos máximos para me fazeres feliz, e mesmo assim parece-me sempre insuficiente. Mereces muito mais do que aquilo que eu te posso dar…

17 de janeiro de 2010

Sobre a catástrofe no Haiti.



As imagens correram-me pelas íris dos olhos e, instantaneamente, fiquei petrificada defronte do televisor.

Dói tanto ver tamanha tristeza e miséria, dói tanto sentir a desgraça repousando nos olhos daquelas crianças inocentes, e não poder fazer nada!

No berço desta frustração e impotência perante todo este cenário, só me ocorre perguntar:

- O que é ter um problema de verdade?






13 de janeiro de 2010

O guarda-chuva


Eu vejo-a, toco-a ao de leve e dirijo-lhe um inocente “bom-dia”. Não sei se de facto ela me responde, porque na verdade não consigo ouvir nada, mas tento acreditar que sim.

Estendo-lhe o meu guarda-chuva, para que ela não se constipe, e em fúnebre silêncio se realiza todo o cortejo entre a paragem de autocarros e a escola.

Bem pressinto que ela não reparou que o fiz unicamente para a proteger, como assim exige a estima que conservo por ela, e ela continua impenetrável no seu mundo.

Sei que já nada significo, é apenas um guarda-chuva que a protege da precipitação. Até a minha simples presença lhe provoca desconforto; esquiva-se atrás de um pilar e logo de seguida, como que arrependida, regressa para meu lado.

Desvio o olhar para a calçada e ignoro a rejeição. É óbvio que ela não me irá perguntar como é que estou, ou como foi o meu fim-de-semana, ou outra banalidade qualquer. Bem vejo na impaciência abrupta dos seus passos a pressa que tem em ver-se livre de mim. A vontade que possui de conhecer o mundo para a qual a encaminhei. Eu podia tê-la mantido cativa na minha própria teia e ter-me servido dela; mas não, nada disso, preferi dá-la a conhecer a toda a gente, explorar os seus talentos e encantos, e eis o profundo agradecimento.

Arrumou-me tudo, como suporta e carrega toda a informação que lhe transmito, mas nem olhou mais de três segundos para mim. Até o guarda-chuva se encontrava inteligentemente assente num lugar próprio, e não espalhado como eu o deixara. E nem sequer falou comigo…

12 de janeiro de 2010

Os limites do tempo.


Um sopro de palavras obstrui os meus pulmões e impede-os de exercer a sua vital função. Sufocada por parágrafos e pontos finais, é assim que me sinto. Tenho tanto mas tanto para dizer e escrever, que o tempo de vida que me resta parece absurdamente curto.
Recordo com um sardónico quase sorriso os tempos em que o tempo era ridiculamente longo. «Já vivi tudo o que tinha a viver, já passei por uma vida inteira!», lamentava-me, e certamente não me importaria rigorosamente nada se a Morte desejasse ceifar mais uma alma vazia. Aquilo já não era viver, já não era sentir, eu simplesmente vegetava (!), sentindo escorrer vagarosamente os dias, tal como uma embalagem de gel de banho tombada cuja tampa alguém se esquecera de fechar.
E agora o tempo é tão pouco, sinto exasperadamente que cada minuto que passo em branco é tempo perdido! Metade da minha juventude passou à minha frente, e eu nem dei por ela! (Como é possível tamanha cegueira?!)
Despertei agora, nasci aos dezasseis anos. Começou, a quatro anos de completar duas décadas de existência, a busca pela jovialidade lacónica! É preciso desfrutar de cada momento que ela proporciona, é necessário aproveitar cada gota de água, cada raio de sol, cada sorriso deslumbrante.
Quero escrever sobre tudo e mais alguma coisa: desde o formato da taça de cereais à existência de Deus. Das maiores trivialidades aos temas mais profundos. Há que documentar tudo, trabalhar arduamente!
Esta noite não vou dormir, porque há muito para fazer. Há que viver. As horas seguem-se, o tempo esgota, e há muito para fazer. Há muito para fazer, repito incessantemente! Uma vida só é demasiado curta, tão mínima que se torna impossível a execução de pelo menos um terço daquilo que pretendo. Há muito para fazer e esta noite não durmo, porque quero escrever sobre tudo (sobre o quê mesmo?).

6 de janeiro de 2010

waiting.

Não te quero perder, recuso-me.
É certo que há anos que não te dirijo um “gosto de ti”, nem o sinto. É-me impossível emanar algum afecto em relação a ti, assim como julguei que também eras incapaz.
Mas não, consideras-me tua amiga, confias-me os teus segredos, tens uma mínima consideração por mim, e és a única pessoa que me faz sentir exclusivamente eu mesma. Tenho tanta coisa para te agradecer!
Preciso de chorar por ti, e não consigo. Em toda a minha vida, talvez só tenha largado meia dúzia de lágrimas devido à tua existência, e essa escassez insiste em permanecer.
Enquanto não obtiver respostas, vou continuar ansiosa, dramatizando quiçá tudo isto.
Só sei que és importante: não gosto de ti, até me repugnas por vezes, porém, foste um importante pilar no meu crescimento. Não me deixes, não me abandones! Eu não superarei outra perda destas…
Estou a contar as horas para poder voltar a estar contigo. Quero saber tudo. Dar-te um beijo na face. Essas pequenas coisas a que nunca dei muito valor…

1 de janeiro de 2010

Balanço do ano 2009

Eu confesso: não criei muitas expectativas em relação a 2009. Estava (demasiado) desamparada, completamente frágil, não vendo motivos para me alegrar. Portanto, partindo desta pequena introdução, posso dizer que este ano me surpreendeu bastante.

Não posso decerto afirmar que criei muitos amigos novos (embora tenham existido alguns), que encontrei o amor da minha vida (isso já foi em 2008!) e que me fartei de sair durante o Verão, mas diverti-me bastante.

Acima de tudo, acho que cresci e amadureci bastante durante estes últimos doze meses. Limei algumas opiniões minhas, formulei outras novas, afastei-me de quem só sabia deitar água para cima do fogo do meu coração e descobri novos rumos para a minha vida. O meu nível de felicidade foi aumentando gradualmente à medida que o tempo ia passado. Dei a volta por cima, por assim dizer.

E os últimos dias do ano foram fantásticos, sem dúvida alguma. Pessoas e momentos inesquecíveis. Fim de ano sem muito álcool e com muitas horas de pé, início de 2010 com as pernas doridas e um sono dos diabos.

Estou optimista em relação a 2010. Optimismo, que bonita palavra que só nestes últimos tempos pareço ter aprendido! Não me posso queixar pois, embora não seja conformista, tenho tudo aquilo que quero: amigos, saúde, família e amor. De lista de objectivos na mão, vagos mas positivos para a minha construção enquanto pessoa, sorrio sem receios para os meses que se avizinham. :)