2 de outubro de 2010

uma espécie de pedido de desculpas.

Contigo, errei de todas as formas possíveis. Desde o dia em que ousei dizer-te olá até a uma tarde qualquer em que me esqueci de te dirigir um adeus.
A sede que tinha de ti era tanta que pequenos pormenores como a minha dignidade foram completamente postos de parte. Ignorei totalmente que, dentro de ti, existia qualquer coisa. E esse qualquer coisa era muito.
Era só o ferver do teu sangue quente que eu desejava. As tuas mãos compridas e delicadas. Os teus cabelos ondulando suavemente nos teus ombros. Os teus seios pequeninos e macios.
Desculpa-me, mas não me perdooes. Quando me vires, sorri, mas jamais voltes a revelar o teu íntimo. Não deixes que te violem a bolha de protecção. Protege-te de pessoas como eu.


4 comentários:

  1. Parabéns pelo texto! Vim hoje aqui pela primeira vez porque me apareceu este post no facebook.

    Não sabia que te dedicavas assim a devaneios literários. Gostei muito!

    Continua a provocar sorrisos ;)
    Andrea

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  2. "Se os olhos pudessem ver os demónios que povoam o universo, a existência seria impossível."

    Talmud

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