10 de outubro de 2010

pormenor irrelevante.

De todas as paisagens que gosto de contemplar, há uma que me proporciona um prazer especial: a de uns lençóis brancos.
Não me refiro àqueles todos engomadinhos, acabados de sair das lavandarias; estou a falar daqueles que se encontram revolvidos e amarrotados na cama, iluminados pela suave luz matinal e ainda mornos dos corpos que neles repousaram. Ao observá-los, quase que consigo sentir o beijo de bons dias. Ainda estão suspensas as expirações tranquilas da noite passada, bem como o "até amanhã" sussurrado ao ouvido e tudo aquilo que se antecedeu.
Ali, naqueles lençóis, houve vida. Mesmo que não tenha sido a minha.

2 comentários: