20 de agosto de 2010

se não sorrires já é uma boa ajuda.

És a minha nova musa. Eu bem que tentei evitá-lo (de todas as raparigas que conheço, tu és a mais proibida), contudo, ainda não aprendi a domar estas temíveis obcessões carnais.
Gostaria de poder descrever aqui a belíssima cor dos teus longos cabelos, a doçura do teu sorriso ou a forma dos teus seios. Não me atrevo a tal. Escrever-te, por si só, já é diminuir-te, e não existe adjectivo capaz de caracterizar toda a beleza que emanas.
É impossível não me recordar do primeiro risinho que deixaste escapar: tão tímido, tão embaraçado, tão delicioso. Já eu, julgo que nem falei. Limitei-me a observar cada gesto teu e estudá-los minuciosamente.
Cada vez que te vejo é uma pequena conquista, e sabes porquê? Porque consigo conter a fome que tenho de ti. Quando te espreito pela porta entreaberta do teu quarto,deitada na cama, baloiçando eternamente as perninhas roliças, sou capaz de me manter imóvel.
É aí que , quando finalmente te apercebes da minha presença, baixas um pouco a cabeça, olhas-me nos olhos, e soltas, ingenuamente, um
- Olá.


Depois dessas três letrinhas, deixo a mente trabalhar e rendo-me às fantasias mais sórdidas. Imagino-me a entrar para esse sítio misterioso onde me provocas tão sensualmente e a trancar a porta (será que tens realmente lá a chave?). Puxo-te com força até os teus lábios chocarem nos meus, agarro-te violentamente no cabelo e provo cada pedaço de ti. Saboreio a geometria irregular e arredondada do teu corpo. Sinto lascivamente o teu interior.
E se, por um lado, receio perder a essa deliciosa inocência que te torna tão irresistível, por outro, quero corromper-te ao ponto de ler no teu rosto apenas expressões de puro prazer.
És imatura, irresponsável e mimada, mas que hei-de eu de fazer? É isso que mais me atrai em ti. Talvez nesse vazio interior eu encontrasse um pequeno espaço para alguns desejos que transbordam em mim. Aqueles pequeninos, sujos, que tentamos esconder a todo o custo... e que revelam o negrume da nossa alma.

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