Passei metade da minha adolescência (eu e muita gente!) a tentar encontrar os elementos que definiam com perfeita correcção a minha identidade: a roupa que vestia, a música que ouvia, os passatempos com que ocupava as minhas horas livres.
Hoje em dia, tenho no meu guarda-roupa tanto sweats largas como minissaias justas, oiço quase todos os tipos de música, não faço nada de nada nos meus tempos livres (quase não os tenho!).
A verdade é que não há nada que me distinga no meio de uma multidão, não possuo qualquer identidade. Por um lado, é mau (esta aparente insignificância pode-me dificultar - para não falar em inviabilizar – a minha carreira futura); por outro, sinto que o meu interior possui um valor inestimável.
As pessoas sabem quem eu sou por ser quem sou, e não pelas muletas que me acompanham. E isso põe-me feliz.
permite-me o comentário:
ResponderExcluir"Por um lado, é mau (esta aparente insignificância pode-me dificultar - para não falar em inviabilizar – a minha carreira futura)"
é uma frase curiosa, pelo menos no contexto em que aparece inserida.
que carreira poderá depender do indicado?
o well.
de qualquer forma, sempre tive certa convicção muito pessoal que, mau grado a fraqueza inerente à forma, se poderá resumir mais ou menos assim:
se a carreira se fizer a partir de mim, fixe; se tiver de ser eu a fazer-me para a carreira, fixe também: isto, claro, se tiver nascido para o que escolhi e tudo até certo ponto tiver corrido bem,
o que, em última análise, requererá sempre uma dose não negligenciável de sorte :P
mas não ligues, que, comigo, essa coisa da carreira brilhante falhou espectacularmente e sem surpresas
- não bastam bons predicados -
e o facto é que não me sinto mesmo nada mal com isso.