11 de junho de 2010

Lição de história.

Assusta-me bastante que os últimos vinte séculos pareçam ter sido em vão. Tanto esforço, tanta luta e tanto sangue derramado em prol de uma civilização melhor… Tudo isso tem vindo a ser ignorado, esquecido, atirado ao caixote do lixo. Fez-se reset nos cérebros enfezados a quem o futuro pertence.

Revolta-me como nunca constatar que os partidos de extrema-direita voltaram a ganhar força na Europa, revoltam-me os skinheads gritado “morte aos pretos”, revolta-me o facto de olhar para as mesas da minha escola e reparar em suásticas gravadas na sua superfície.

Por um momento julgo que ninguém ouviu falar do Holocausto, da Ku Klux Klan, de Hitler, de Mussolini e de Estaline. Como é que é possível que, mesmo conhecendo as barbáries e atrocidades cometidas que envergonham a raça humana, ainda surjam pessoas com tais ideologias? Com certeza que existe muita gente a precisar de umas aulinhas de História.

Talvez o problema resida mesmo aí, nessas aulas que muitos afirmam ser inúteis e onde os morosos noventa minutos são aproveitados para se passar pelas brasas. Não culpo quem o faz (confesso que também já fechei os olhos por mais de dois minutos à conta do Fontes Pereira de Melo), pois o que precisa de sofrer uma profunda reforma é o programa da disciplina.

Para já, deveria estar incluída em todos os cursos do Ensino Secundário. Em segundo lugar, a sua forma de ser leccionada teria de se submeter a algumas alterações. O ensino de História incita-nos, acima de tudo, à memorização. A única coisa que aprendemos é, simplesmente, a decorar páginas e páginas preenchidas com datas e nomes próprios.

O fundamental, a razão pela qual esta disciplina é tão importante na nossa formação enquanto seres humanos, não é saber que em 1143 foi assinado o Tratado de Zamora, mas sim reflectir sobre a razão pela qual foi tão importante para a identidade nacional. O mesmo se aplica ao capítulo do século XX, ao fascismo, ao anti-semitismo e às grandes guerras.

Se fosse dedicado mais tempo à análise e dissecação dos factos do que a memorizá-los, certamente que os erros do passado não seriam cometidos tantas vezes…

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